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A pergunta de hoje é: Você já olhou sua vulva?

Para muitas mulheres esta simples pergunta causa estranheza. Como assim? Olhei minha vulva? Muitas vezes em atendimento, principalmente para pacientes que chegam com disfunções sexuais, essa pergunta é necessária, e a resposta na maioria das vezes é: “Nunca olhei kkkkkk…..”
Muitas vezes a resposta vem com um: “Creeedo!!!”

E essas respostas sim, causam estranheza. A Vulva é uma parte do seu corpo, da sua feminilidade, do seu prazer e mais… parte que você entrega a outra pessoa, sem medo, sem pudor, com ou sem amor e você não é capaz de olhar, nem de saber como ela é?!


Sabemos que a mulher desde criança é educada a esconder, guardar, nunca deixar a vista, não expor, sentar de pernas fechadas, não falar sobre, não colocar a mão, ou seja, local proibido!
Isso faz parte da nossa educação, enquanto o homem desde criança mostra, toca, usa sem pudor no momento de urinar e ainda expõe como troféu, nós mulheres somos reprimidas. Os homens desde meninos têm amizade com seu pênis, as mulheres não.

Quando nós entramos na fase da nossa sexualidade mais latente, começamos a ver vulvas conhecidas como perfeitas: rosadas, sem pelos, com lábios pequenos, trazidas pela indústria da pornografia e acreditamos serem aquelas as vulvas “bonitas”, mas não a nossa.

Vocês sabiam que não existe padrão normal vulvar? Já pararam para pensar que este padrão da indústria pornográfica é uma vulva infantilizada? Sem pelos, sem rugas, sem marcas? E nós nos esforçamos para ter a vulva que a indústria coloca como bonita. A estética íntima está em alta, sem pelos, sem marcas, sem rugas, “perfeita”, mas esta perfeição é para agradar a quem? Para agradar a mulher mesma? Será que o padrão estético é o verdadeiro amor próprio?

Não, não sou contra a estética íntima, sou a favor do amor próprio, se isto te traz essa autoestima, sou a favor, com moderação.

Use sua vulva como sua parceira, seu objeto de prazer e amor próprio. Olhe para ela, sente-se confortavelmente, pegue um espelho, olhe sem medo e sem pudor. Se quiser, se toque, se conheça e sinta o quanto ela te faz mulher. Você perceberá o quanto o autoconhecimento é importante para o seu prazer sexual, sozinha ou acompanhada. Pense que sua vulva é o sinônimo do seu SER MULHER e por isso ela traz as marcas da sua trajetória como mulher.

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